Sobre as coisas inúteis

Sobre o prazer estético de contemplar o Belo já teorizava John Ruskin e Walter Pater, intelectuais da Inglaterra Vitoriana já próxima do período decadente do qual Oscar Wilde deixou eles no bolso. Sim, sim, falar de Arte não é algo tão fácil, até mesmo para quem se atreve a escrever sobre. Depois de tanto tempo, a ideia de Arte mudou e perdeu sua “aura” a partir da reprodutibilidade técnica, da cultura de massa e dos mais distintos meios de comunicação da contemporaneidade. Viva ao efêmero das coisas e pessoas e ações e sentimentos e percepções.

Hoje as pessoas se chocam e sentem e choram e parecem levar para o resto de suas vidas as coisas que veem, assistem e apreciam. Hoje temos a Netflix  essas séries e filmes que chocam e fazem os pseudo-intelectuais postarem textões de metro e meio expondo suas percepções e mi mi mis sobre impactos pessoais, sociais, críticos, artísticos, antropológicos e bla bla bla. Apenas observo por que admiro avaliar o ponto de vista alheio. Sou virginiano. O crítico.

Sou simpatizante do esteticismo e não suporto a ideia que muitas pessoas têm: de que tudo deva ter um ensinamento, uma “lição de vida”, uma moral. Arte é Ilusão. É majoritariamente FICÇÃO.  Tudo mentira. Fake. Criação. Atuação. A Arte não deve espelhar a realidade e por isso eu também não gosto do Realismo.  A realidade já é muito cruel para nos espelharmos.

Acreditem, amigos, nem tudo nos passa um ENSINAMENTO. Hollywood faz isso para vender. É tudo mercado. Não se enganem.

Pensei isso ao assistir recentemente o seriado “13 Reasons Why” (Os 13 porquês), que é legal esteticamente e até relevante em alguns sentidos. Farei uma leitura dele no próximo post.

Obrigado, de nada!

 

ASF

 

 

 

Um comentário sobre “Sobre as coisas inúteis

  1. Teacher, amei a crítica é o blog. Depois de tanta repercussão negativa estava considerando se assistiria esta série (quando terminar o tcc kkk). No entanto, sua crítica me mostrou alguns pontos interessantes da série que valem a pena ser assistidos. O que mais me chamou a atenção foi o porquê da personagem ter utilizado fitas cassetes em vez de qualquer outra ferramenta digital. Acredito, minha mera opinião, que há uma analogia entre a personagem e as fitas, pois as duas se encontram fora do contexto, são excluídas e sofrem preconceito. Amei essa comparação.
    Parabéns pelo blog e aguardo mais críticas sobre a série!

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